Continuando nossa última postagem, aqui vão os últimos dois passos do método de avaliação de casos sobre os quais estavamos falando. Os primeiros três passos você pode ler AQUI.
Passo 4 - Geralmente a essa altura você já tem uma noção muito boa do caso e já sabe se vale ou não a pena. Mas pode ser que o caso não seja assim tão simples. Pode ser que envolva conhecimentos complexos de engenharia, medicina, economia ou outra matéria estranha ao seu domínio. Ou pode ser ainda que o cliente tenha uma pequena pasta com 2000 páginas de documentos.
Nesses casos não exite em marcar uma outra data para dar um diagnóstico ao seu cliente, para que possa examinar com calma os documentos e outros aspectos do caso. Lembre-se que estamos falando de avaliar o caso previamente à contratação. Assim, deve estabelecer com exatidão quanto custará essa análise prévia. É possível que os honorários cobrados normalmente para uma consulta não sejam o suficiente, dada a complexidade do caso e tempo que terá que dedicar a essa análise.
Estabelecer honorários específicos para essa fase prévia também pode servir para chegar a postura do cliente quanto ao caso e o trabalho do advogado. Se ele nao entender que custa separar parte do seu tempo para ler documentos e pensar sobre seu caso, pode significar que esse não será um bom cliente para o advogado. Essa não é uma regra rígida. O colega terá que avaliar no caso concreto.
Se, no primeiro dia ou em outra data o colega advogado chegar à conclusão de que o caso não vale à pena para você, diga isso diretamente ao cliente, explique as razões e sugira-lhe que tome uma segunda opinião com outro advogado se ele assim quiser para ficar mais seguro.
Passo 5 - Nem todos os clientes tem noção do que significa uma ação judicial em termos de esforço, tempo, dinheiro, dor de cabeça, etc. Então faça uma explanação de todas as fases do processo, desde o ajuizamento até o seu final, sem a utilização de linguagem técnica.
Em cada fase esclareça o que significa em termos de custo em tempo, dinheiro e dedicação pessoal e questione seu cliente de modo a poder saber se ele tem condições emocionais, econômicas e de tempo para suportar a tramitação do processo.
É importante deixar claro, principalmente para clientes de primeira viagem, que ele acabará não recuperando todos os custos de um processo, ainda que seja nele vitorioso.
Esses cinco passos são suficientes e dão um bom norte aos colegas iniciantes de como conduzir a primeira consulta do cliente. Com o tempo e a prática você pode adaptar, mudar e aperfeiçoar o método que descrevemos.
Um bom trabalho a todos e até a próxima!
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