ESCRAVO DE JAVA!

Quando a gente era criança, a gente brincava com a cantiga de roda "Escravo de Jó". Agora, crescido, advogado, ficamos escravos de java. Pelo menos esta é a consequência da atitude dos Tribunais ao adotarem a certificação digital como base para o processo virtual, o chamado Projudi (caso Paraná). O java é um programa, sem o qual, para nós seres mortais, não é possível assinar digitalmente sua petição ou documento a ser enviado (antigamente protocolado) no processo. Qual é a tristeza do negócio: o java desatualizou em seu computador, pronto! Nada vai funcionar em termos de certificação! Aí, até você, geração X, leigo, vai ter problemas, como eu tive: precisei de um técnico para descobrir que meu problema é Java. (perdi mais de um dia tentando protocolar uma petição, porque o java eu tinha atualizado um dia antes, e no outro já era outra versão...) Não é à toa que a OAB está tentando unificar o processo eletrônico pelos moldes do Tribunal Regional Federal da 4ª Região. Lá o sistema é login e senha. Ou seja, nada de problemas com n programas que deve instalar em seu computador em função da certificação digital. Sem contar, nada de gastar com a aquisição da própria certificação. Mas fiquem tranquilos, as coisas tendem a piorar... Voltaremos a falar deste assunto ainda nesta semana com uma entrevista exclusivíssima com o Lúcio Glomb, presidente da OAB/PR, falando justamente sobre a luta da Ordem em relação ao processo eletrônico. Não percam!

Por RMB